Trilhos do Desenvolvimento leva debates sobre agricultura familiar e identidade quilombola para comunidades próximas à FIOL

Iniciativa da BAMIN promove reflexões sobre sustentabilidade, valorização cultural e pertencimento nas regiões de Porto Alegre, em Maracás e Jequié

A BAMIN segue fortalecendo o diálogo com comunidades vizinhas ao trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) por meio do projeto Trilhos do Desenvolvimento, que em sua edição 2025 vem promovendo seminários com temáticas socioambientais adaptadas às realidades locais de cada trecho da ferrovia. Em outubro e novembro, as ações aconteceram nas regiões de Porto Alegre, em Maracás (Lote 3) e Jequié (Lote 2F), reunindo lideranças comunitárias, representantes do poder público e organizações da sociedade civil para trocar experiências e construir soluções de desenvolvimento sustentável e valorização cultural.

No final de outubro, o município de Porto Alegre, em Maracás, recebeu o seminário “Agricultura Familiar – Caatinga Produtiva: Desenvolvimento, Sustentabilidade e Saúde”, conduzido pelo biólogo e mestre em Agronomia Elzivan Ferreira. O encontro teve como base as demandas identificadas no Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), realizado pelo Programa de Educação Ambiental da BAMIN, que apontou o uso de defensivos agrícolas como uma preocupação central da região.

Durante o seminário, Elzivan destacou alternativas para o cultivo sustentável da terra, apresentando práticas voltadas à redução de defensivos e ao fortalecimento da agricultura familiar na caatinga. Os participantes também discutiram estratégias de comercialização de produtos orgânicos e agroecológicos, de maior valor agregado, e refletiram sobre como tornar a caatinga uma fonte de produtividade e renda, sem comprometer o meio ambiente.

A atividade teve início com uma dinâmica participativa, em que os presentes registraram, em cartolinas, os principais desafios e expectativas em torno da agricultura familiar local.

Quilombo do Barro Preto

Já no início de novembro, o bairro Barro Preto, em Jequié, recebeu o seminário “Comunidade Remanescente de Quilombola do Barro Preto: história, memória, resistências entre desafios e possibilidades contemporâneas”, conduzido pela pesquisadora Ariadini Dócio, mestra em Relações Étnicas.

A atividade, voltada a lideranças locais, representantes públicos e instituições, foi marcada por dois momentos complementares. O primeiro promoveu uma dinâmica de integração, na qual os participantes registraram palavras e expressões relacionadas às lutas históricas quilombolas e indígenas. Esse momento simbólico reforçou a troca de saberes e a valorização da memória coletiva.

Em seguida, Ariadini apresentou um panorama histórico e conceitual sobre as comunidades quilombolas, abordando aspectos legais e socioculturais do reconhecimento dessas populações. O seminário também abriu espaço para um debate profundo sobre pertencimento e identidade, destacando desafios como a invisibilidade da comunidade, o estigma social e a falta de políticas públicas específicas.

O encontro representou um importante passo para o fortalecimento da autoestima e do senso de pertencimento dos moradores do Barro Preto, reafirmando a importância de preservar e reconhecer as trajetórias de luta que moldaram a região.

Para o Coordenador de Relacionamento com Comunidades da BAMIN, Ramon Chalhoub, o Trilhos do Desenvolvimento é uma oportunidade de construir pontes entre o conhecimento técnico e os saberes locais. “Ao abordar temas como agricultura familiar e identidade quilombola, buscamos fortalecer o diálogo com as comunidades e contribuir para que o desenvolvimento da FIOL ocorra de forma integrada, respeitosa e sustentável. Esses encontros mostram que o crescimento só é verdadeiro quando caminha junto com as pessoas e suas histórias”, afirma.

Como desdobramento, a Fase II do projeto prevê o compartilhamento dos saberes adquiridos nas palestras em escolas municipais e estaduais, promovendo a educação ambiental e o engajamento de novas gerações.

 

Esta ação é exigida como condicionante do licenciamento ambiental do Projeto Integrado da BAMIN, conforme regulamentação ambiental vigente. Porto Sul, registro nº 02001.003031/2009-84 | Licença de Instalação n.º 1362/2020, gerenciado pelo IBAMA e registro nº 2020.001.004926/LIC-04926 – portaria Nº 22.102/2021 /ANO BASE 2023, registrado pelo INEMA. Ferrovia de Integração Oeste-Leste registro nº 02001.021803/2021-56, gerenciado pelo IBAMA. 

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